melhores álbuns de 2023 segundo EU MESMA!! (parte 3)
Sim, eu também espero que essa seja a última!
Essa é terceira parte de uma sequência de textos sobre minha listinha de melhores do ano. A primeira parte você lê aqui e a segunda, aqui.
Sim, até eu cansei, mas como essa é a última parte, vou relembrar que:
não está em ordem de preferência (mas provavelmente os favoritos MESMO estejam nesta lista)
não há divisão de nacionais e internacionais. É isso
Bora!
COLCHA DE RETALHOS - CANDIEIRO
Ouvi esse aqui pela primeira vez a caminho para a praia em João Pessoa e isso fez com que toda a experiência fosse muito bonita para mim. Me emocionei em vários momentos, me senti conectada, arrepiada… Realmente, novos ares estavam chegando.
Favoritos: Porta do sol, viral, o velório da solidão, Oração.
CAÇULA - UMZÉ
Mesmo sendo lançado pertinho do fim, não tem como negar o respiro que dá ao ouvir Umzé. Caçula, seu primeiro trabalho, é um convite à vontade de viver e toda a produção me parecem uma homenagem muito bonita para o Brasil e toda a mitologia de sonho, suor e raça que seguem nosso povo.
Favoritas: Grande mundo pequeno, Crecer dói, Quero viver
TARDE NO WALKIRIA - ITALLO
Esse álbum foi crescendo comigo desde o lançamento. Acompanhando o Itallo desde os meus tempos metidinha a hipster que ouvia The Mozões (um projeto que ele participava e eu amava muito) eu realmente me vi muito surpreendida pela ousadia do alagoano ter saído de uma base mais acústica para ir, aos poucos, explorando sons, synths e guitarras. O resultado não ficou descaracterizado, ao contrário, trouxe uma ideia para mim de dois modos de existência convivendo: o interior e a metrópole e a tradição e a modernidade.
Favoritas: Tarde no Walkiria, Janelas II, Retrato de Maria Lúcia, Dr Manoel.
ME CHAMA DE GATO QUE EU SOU SUA - ANA FRANGO ELÉTRICO
Precisei ouvir várias vezes para ser pega, mas finalmente veio aí. Desde que saiu o single "eletric fish" eu meio que já sabia que viria coisa boa, mas o disco TODO conseguiu ser melhor. Uma aula de produção e arranjos instrumentais, me chama de gato que eu sou sua tem toda a manhã felina e sensual de alguém que não tem medo de dizer o que sente e o que deseja. Belíssima proposta com arranjos de cordas, linhas de baixo e grooves acentuados, uma conversa muito boa entre o melhor do disco/soul/boogie do Brasil nos anos 70 (ACHO NÉ) sendo traduzido para 2023.
VIDA COMUM (REALISMO FANTÁSTICO) - MEGIC ERIC
O que é realismo fantástico (ou mágico)? É um subgênero literário que reconhece que não há limites entre a realidade e o mundo mágico, os dois coexistem perfeitamente ao ponto de serem um só, sem existir um senso de hierarquia sobre estruturas que componham alguma noção de verdade. Aqui no álbum do Megic Eric, nós temos a proposta de falar sobre a vida, seja em narração crua sobre os estágios até a morte ou seja ousando sonhar para além do que é fatal. Tudo isso com lindas linhas de violão.
Favoritas: Vida comum, vish/de areia, (boa noite), um dia qualquer.
SOS - SZA
Sim, eu sou da geração tiktoker que tem SIM problemas com álbuns grandes, mas aqui SZA me ganhou com seu projeto gigante chamado SOS. Aqui nós temos uma mulher negra falando sobre as dores do amor, seu desejo, seus pensamentos intrusivos e também sua versatilidade em explorar novos sons (e isso custou um pouco a experiência, além do tempo). Enfim, grandão em todos os sentidos.
Favoritas: Kill bill, Seek & Destroy, Love Language, Snooze, Notice me, Nobody gets me
RAVEN - KELELA
Raven para mim é um dos melhores do ano (e melhores do que todos os que já citei até agora) porque isso aqui é uma aula de coesão entre som e lírica, conceito e execução. Arranjos que exploram sintetizadores, a suavidade da voz de Kelela, a sensação de estar boiando na água… Um dos álbuns mais bem produzidos e bonitos do ano, sem dúvida. Excepcional, impecável, maravilhoso!
Favoritas: Washed away, Raven, Happy ending, Fooley, Far Away, divorce
THE LAND IS INHOSPITABLE AND SO ARE WE - MITSKI
Mitski é um acontecimento e é mais do que o meme sobre ser uma tática para pegar mulher. Toda vez que ela lança algo eu estou tal qual uma cadelinha abanando o rabo atrás porque, sim, essa mulher consegue captar de uma maneira tão delicada, por vezes violenta, mas sempre poética a complexidade de ser uma mulher, um corpo no mundo que ás vezes até doi.
Favoritas: The deal, My love mine all mine, I don’t like my mind.
THE RECORD - BOYGENIUS
Esse foi o álbum que eu definitivamente mais ouvi em 2023. Não saiu dos meus ouvidos, eu tenho até os arranjos decorados. Sem dúvida, eu amo muito o trabalho de Julien Baker, Phoebe Bridgers e Lucy Dacus e o primeiro álbum delas foi uma tradução exata da sonoridade das três no melhor sentido.
Favoritas: $20, Emily i’m sorry, Not strong enough
JAVELIN - SUFJAN STEVENS
Um disco que reúne o conceito de um homem indivisível em um mundo quebrado, alguém que consegue ver a vida como uma tapeçaria em que amar alguém e sofrer por amar alguém são peças para algo mais belo e completo ao final de tudo e por essa razão o meu preferido absoluto do ano.
Favoritas: Will anybody ever love me?, Shit talk, So you are tired, Everything that rises.